A aquarela de de William Smith (1813-1877) pintada em 1832 - Vista da Igreja de Nossa Senhora da Penha, no topo do penhasco.
Vou contar um pouco da história do bairro que eu moro a Penha.
Atualmente o bairro da Penha faz parte da Zona norte do Rio de Janeiro. O bairro tem 80.000 habitantes e com referência central a Igreja da Penha no alto de uma pedra. Infelimente o bairro não é só paz e beleza. O bairro tem sofrido com confrontos entre policiais e traficantes nas diversas favelas existentes no bairro, em especial a Vila Cruzeiro.
Começando a história do bairro, tudo nasceu com a igreja da Penha. A Igreja da Penha é hoje um santuário situado no cima de um outeiro de pedra, na estação do subúrbio da Estrada de Ferro Leopoldina ao qual empresta o nome, próxima da estrada que, partindo da Capital, vai dar em Petrópolis.
A construção do templo data de 1635, pelo Capitão português Baltazar de Abreu Cardoso, sanhor abastado, proprietário de uma grande quinta, dentro da qual se achava o penhasco.
A ocupação do bairro da Penha se deu em 1670, quando a Igreja da Penha foi ampliada e, cinco anos mais tarde, com a inauguração de sua longa escadaria - que dizem ter 365 degraus, facilitou o acesso dos romeiros, que com devoção subiam, escalavrando joelhos, pagando promessas, resgatando pecados, salvando almas.
No final do Século XIX, a Estrada de Ferro do Norte chegou à Penha e, no início do Século XX, foi a vez do bonde elétrico. A oferta de transporte só fez aumentar ainda mais o número de romeiros na região. No dia 22 de julho de 1919, o bairro da Penha foi emancipado da Freguesia de Irajá, a partir do Decreto nº 1376.
A favela Vila Cruzeiro surgiu no século 19 e os primeiros moradores eram escravos fugidos que ficavam no local sob a proteção de um padre abolicionista da Igreja da Penha. Até hoje as terras onde fica a favela é de propiedade da Igreja.
Em 1920, do lado oposto da Igreja, foi implantado o Curtume Carioca, que com seu apito caracteristico, chamava à obrigação do trabalho, uma indústria de curtumes, peles e comércio de couros e similares, com construção em estilo Art nouveau. Marcando o caminho, da Estação Ferroviária até a sua porta, foram plantadas Palmeiras Imperiais. (Elas ainda existem, rodeam o predio que eu moro.)
Já enfrentando retração do mercado, pelo surgimento do produto sintético e em função da crise econômica vivida pelas indústrias nacionais, as atividades do Cortume foram encerradas em 1990. O epílogo da história do Cortume Carioca ocorreu em 1998, quando foi decretada a falência.
O Hospital Estadual Getúlio Vargas, fundado em 3 de dezembro de 1938, e o Parque Ary Barroso se encontram em um terreno doado pela família do pioneiro Lobo Júnior, conhecido como Chácara das Palmeiras.
Reconhecido seu valor histórico e cultural para a Cidade, no mês de junho de 1990, a Igreja da Penha foi tombada mediante o Decreto Municipal nº 9413 de 1990.
“Por isso, agora, lá na Penha vou mandar, minha morena pra sambar…”. Estes versos de Noel Rosa imortalizaram o bairro da Penha e sua festa famosa, onde por décadas e décadas pontificaram os maiores sambistas do Rio.
4 Comentários:
bem intenresante a historia de seu bairro, e raro alguem chegar a pesquizar e querer saber a historia de onde mora
Incrível!!
Muito bom o teu trabalho.
Coisa de historiador...
Parabéns! Adorei
Maneiro! moro bem pertinho em Bonsucesso, não sabia da história da Penha não, Parabéns!
Que legal xD
Penha é cult, mas não conheço nada ._.
Adoro saber histórias dos bairros!
Bjo!
Postar um comentário